quinta-feira, novembro 29, 2007

Mais-valia flexível

Definição
Mais-valia resultante do processo de reestruturação produtiva. Consiste no acúmulo de tarefas assumidas pelos trabalhadores devido às mudanças no mercado de trabalho. Os trabalhadores precisaram se adaptar às exigências do capital. Isso significou maior carga de trabalho disfarçada, o trabalhador desempenha as suas atividades durante a jornada de trabalho oficial e extra-oficial. A competitividade entre empresas trouxe maiores necessidades de adaptação às demandas de mercado. O ritmo acelerado exige trabalhadores competitivos, concentrados em suas atividades laborais e que estejam sempre inovando. Estas novas exigências fazem com que o trabalho extrapole o horário oficial, tornando o trabalhador um ser unilateral, colocando todas as suas capacidades para manter-se no emprego.
Com isso, temos este novo conceito, que é um misto da mais-valia absoluta e mais valia relativa.

segunda-feira, outubro 22, 2007

A situação de alienação do trabalhador e seu impacto na divisão social do trabalho, trabalho socialmente necessário e trabalho necessário.

Divisão social do trabalho siginifica a divisão de atribuições para a produção de diferentes mercadorias, quanto mais mercadorias de diferentes usos forem criadas maior é a divisão social do trabalho. As inovações proporcionadas pela tecnologia proporciona uma miríade de produtos de diversas utilidades, contribuindo dessa forma para uma maior divisão social do trabalho. A divisão social do trabalho atual proporciona o acesso a uma proporção de mercadorias bem maior do que no início do século XX. Na década de 1980 por exemplo, poucas pessoas tinham acesso a internet ou a celulares, sendo que atualmente muitas pessoas não conseguem se ver sem tais mercadorias. Quanto maiores as necessidades criadas pela mídia, maior será a divisão social do trabalho. Hoje o setor de serviços é que mais cresce no mundo, até a década de 1970 o setor que dominava era a indústria, ou seja as transformações resultantes da reestruturação produtiva proporcionaram novas mercadorias e serviços.
O trabalho socialmente necessário é um conceito relativo a quantum de trabalho. Uma mercadoria será avaliada pelo tempo de trabalho utilizado para a sua produção, uma vez que segundo a teoria do valor trabalho presente nas teorias dos economistas clássicos já demonstravam que só o trabalho cria valor. Para trocar esta mercadoria por outra é preciso levar em conta o tempo que esta mercadoria leva para ser produzida por todos que trabalham com a produção de determinada mercadoria. Nesse caso será observado que diferentes tempos de produção, enquanto um produz e determinado período, outros podem levar o dobro do tempo para produzí-la. O preço será determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário, que representa o tempo modal, isto é, o tempo que se repete mais na produção de tal mercadoria por diferentes produtores. Exemplificando, se uma mercadoria é produzida por dez trabalhadores, possuindo os seguintes tempos de produção em horas: 3; 3; 3; 4; 4; 4; 4; 5; 5; 6, pode se afirmar que o preço determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário será o equivalente a 4 horas de trabalho.
O conceito de trabalho necessário segundo Marx, se refere àquele tempo de trabalho utilizado para que o trabalhador, dados os meios de produção, produza o suficiente para se manter dentro das condições necessárias para viver, procriar e manter a prole.
Marx usa o termo alienação para explicar as relações entre o trabalhador livre e o capitalista. No mercado haverá trabalhadores oferecendo a sua mercadoria que é a força de trabalho, e o capitalista que quer adquirir tal mercadoria por um determinado tempo e preço. Ao fecharem negócio, o trabalhador irá alienar sua força de trabalho ao capitalista. Esta alienação será maior quanto maior for a jornada de trabalho. Por este tempo de trabalho acordado, o trabalhador irá receber um salário referente ao período de alienação da sua força de trabalho.
Quanto maior a divisão social do trabalho, maior a possibilidade do trabalhador alienar a sua força de trabalho, pois haverá mais capitalistas procurando por ele. Por outro lado, o trabalho socialmente necessário pode até diminuir, mas a alienação não terá redução devido ao fato de que o capitalista visa sempre um aumento do lucro, nesse caso haverá um aumento da produtividade sem diminuição da jornada de trabalho. O trabalhador sempre irá alienar a sua força de trabalho por um período maior do que o tempo de trabalho necessário, pois o capitalista visa a expropriação da mais-valia, para isso ele contrata o trabalhador por determinada jornada de trabalho acima do tempo de trabalho necessário. Pode se concluir que quanto maior a alienação do trabalhador, maior será a expropriação da mais-valia pelo capitalista.

A mercadoria e seu valor como componentes da fórmula geral do capital em Marx

Segundo Marx, a riqueza nada mais é que um conjunto de mercadorias. Cada mercadoria equivale a um valor criado através do trabalho, a mercadoria vale pelo trabalho cristalizado que ela contém. Uma mercadoria não possui valor de uso, apenas valor de troca. Valor de uso é característica presente no trabalho útil, um trabalho que não crie valor de uso é um trabalho inútil. Quando o trabalho empregado se destina a criar valor de uso entende-se que o produto final será consumido ou utilizado por que produziu aquele valor de uso. Se o valor criado se destina à troca, logo ele adquire valor de troca.
Nesse contexto há duas intenções para que a mercadoria seja trocada no mercado, uma delas significa que determinado trabalhador produz uma mercadoria mas não vai consumí-la, pois pretende trocá-la por outra no mercado. Marx conceitua esta forma de troca como M-D-M, em que M representa a mercadoria possuidora de valor de troca e D significa o dinheiro adquirido pela venda de tal mercadoria. Este movimento demonstra que o trabalhador fez determinada mercadoria e a vendeu no mercado por determinado preço, com o dinheiro auferido adquiriu outra mercadoria. A outra intenção para troca de mercadoria é ilustrada da seguinte forma: D-M-D, ou seja, com a posse do dinheiro, uma mercadoria é adquirida e vendida novamente. Mas qual é a vantagem em comprar determinada mercadoria e revendê-la pelo mesmo preço? Aqui que entra a explicação de Marx para o capitalismo, ele demonstra que para o capitalista a fórmula do capital é a seguinte: D-M-D’, em que D’ significa ∆ + D, sendo que ∆ é chamado de mais-valia. Marx também explica que esta mais-valia depende do valor a mais cristalizado na mercadoria, ou seja a mercadoria precisa adquirir um valor maior para que seja revendida no mercado por um preço maior. Este mais-valia tem que ser fruto do trabalho, uma vez que apenas o trabalho cria valor.

quinta-feira, junho 14, 2007

Keynes e Marx

Dois expoentes da literatura econômica: Keynes e Marx. As transformações ocorridas na economia mundial sempre foi permeada por idéias desses dois pensadores da economia. Marx, ao demonstrar o funcionamento da economia através da exploração do trabalhador, deixou claro que o crescimento do capitalismo era resultado da expropriação da mais-valia. O capitalista é aquele sujeito que procura acumular riquezas através do trabalho alheio, quanto mais ele explora mais rico fica. Nesse círculo vicioso, a economia fica caracterizada pela desigualdade social, em que aquele que tem, cada vez tem mais. A saída, segundo Marx, estava no esgotamento desse processo devido a substituição da máquina pelo homem, ou seja quanto mais máquinas, maior será a composição orgânica do capital. Com isso, menos empregos, salários mais baixos e consequente colapso da economia devido a falta de demanda.
Keynes trouxe uma nova discussão acerca do papel do Estado na economia, ele demonstrou que a economia pode ter períodos de crescimento contínuo, evitando os ciclos de depressão. Para isso bastava que o Estado financiasse o consumo extra, necessário para atender uma demanda efetiva em uma situação de pleno emprego.
Com as idéias keynesianas, o mundo conheceu os anos dourados, período que vai de 1945 a 1970.

sexta-feira, junho 01, 2007

Contabilidade social, economia política e macroeconomia

A economia política aborda os aspectos relativos ás mudanças nas teorias que permeiam as ciências econômicas. Estas mudanças se processam na velocidade da história econômica, as leis ditas imutáveis em uma época, tornam-se apenas mais uma lição de como a economia é antes de tudo uma ciência humana.
Desde Adam Smith até Alfred Marshal a economia se ocupou de não incomodar o mercado, ou seja, o mercado é um ser dotado de vida própria, basta não interferir para que ele se auto regularize. Este pensamento mudou a partir da primeira metade do século 20, as mudanças demontradas no início do século exigiam uma nova interpretação da dinâmica do mercado. Entra em ação as idéias de intervenção moderada no mercado, apresentadas como um amontoado de análises sobre a determinação da renda agregada, a qual se tornou a macroeconomia conhecida até meados da década de 1970. Dentro da concepção de intervenção moderada e procurando formas de analizar os impactos, entrou em ação a contabilidade social, que vem suprir os economista com informações relevantes sobre os fluxos econômicos.
Atualmente a contabilidade social continua fazendo seu papel, houve mudanças em sua metodologia, porém ela é adotada na maioria dos países.
Já a macroeconomia teve mudanças no sentido de criar novas áreas e teorias, o que valia até a década de setenta, não vale mais atualmente.
A economia política ainda está presente através dos economistas e de suas teorias, demonstrando as nuances e as expectativas dos agentes.

segunda-feira, abril 16, 2007

Nova Economia, antigas teorias

A nova economia nos traz um paradoxo: será ela nova ou apenas uma teoria neclássica reformulada?
A economia não é uma ciência exata (ainda bem), por isso é possível redesenhar sua estrutura a cada mudança na dinâmica global. Os economistas são grandes nômades, que buscam sempre um novo local para poder entender a economia.
Não há verdade eterna, apenas lógicas de momento, o que é certo agora, não foi o correto no passado e dificilmente se aplicará no futuro.
O economista é levado pelas grandes ondas, navega ao sabor do vento das mudanças.
Vale aqui uma reflexão acerca da teoria Schumpteriana, de que há uma única lógica em tudo, principalmente se você levar em conta a idéia de "destruição criadora", a transformação através dos novos fatos observados.
Quem imaginaria que um governante de esquerda faria tudo o que um governante da direita faria?
Estas mudanças trazem novas teorias e novos esforços para entender o mundo econômico.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Tempo ao tempo

Estamos ficando sem tempo
Tempo para pensar
Tempo para ir e vir
Tempo para respirar
Tempo para ter tempo.
O mundo continua sua viagem a passos largos, sem tempo para pensar se vale a pena correr tanto para lugar nenhum.
Por falar em tempo, podemos falar da previsão do tempo. A previsões não são das mais animadoras, o tempo está mudando, as temperaturas estão subindo e nós perdendo tempo.
Ao capitalismo tudo. Ao futuro nada.
Se as previsões estão corretas, logo estaremos vivendo em um mundo com poucos oásis, as demais regiões serão desérticas, sem condições de abrigar o ser humano. Nestes oásis, só os parcos capitalistas é que terão acento. Lá eles serão os principais defensores do meio ambiente, o seu meio ambiente. Lá eles terão condições de manter o sistema e criar os seus descendentes. Para os demais não haverá mais nada, apenas a morte.
E o tempo, o tempo passa.
Será que eu ou você estaremos nesses oásis?