sexta-feira, março 11, 2011

Ainda sobre mais-valia flexível

Este é um conceito em constante construção. Sempre que surgem novos elementos, eles serão acrescentados para dar maior sustentação teórica ao conceito.
Desta vez, coloca-se a questão da mais-valia relativa e seu imbricamento com a mais-valia absoluta.
A configuração das relações de trabalho tem mudado muito nos últimos quarenta anos. Passamos de um processo produtivo padronizado, baseado no fordismo/taylorismo, para um processo mais dinâmico, baseado no toyotismo.
O trabalhador começou a ter funções que ocupam não só a sua força física, mas também intelectual e psíquica. Se no processo produtivo anterior dava para separar a forma de exploração no trabalho, se era através da expropriação da mais-valia relativa ou da mais-valia relativa, no processo atual esta exploração se tornou mesclada numa só, chamada aqui de mais-valia flexível (flex surplus-value).
O trabalhador passou a ser explorado para além do tempo dedicado ao trabalho delineado em contrato, agora ele está inserido em um patamar em que todo o tempo deve ser dedicado ao trabalho. Esta situação é fruto do envolvimento compulsório do trabalhador com as metas da empresa capitalista. Envolvimento compulsório, dado que ele precisa do emprego, e para tal deve se submeter às exigências da organização.